r L O patrimnio, material ou imate- rial, um element essencial da identidade de um pais. Portanto, a sua protecao uma obriga- ao moral e de responsabilidade pblica. Os Camares compreenderam isto perfeitamente e tm feito grandes esforos nessa area. O Ministrio da Informaao e Cultura dos Camares, aquando da realizaao dos Estados Gerais da Cultura, tomou resoluoes e assumiu compromissos em terms de valo- rizaao do patrimnio daquele pais. Contudo, a partir de 1980, com o concurso do Gabinete de investigaao cientifica e tcnica do ultramar e do Fundo universitario de apoio investigaao, lanou-se num vasto program de investigao sobre o inventirio do seu patrimnio. Isto levou instituiao de estruturas como centros de informaao, edu- caao, formaao e investigaao. Deste modo, existed em Iaund, em Douala e nalgumas localidades do Oeste dos Camares alguns museus, galerias e monumentos, onde encontramos colecoes de natureza diverse (etnografia, histria local e regional, geogra- fia, histria natural, artes plasticas). O Ministrio da Cultura muniu-se igualmente de uma political de aquisiao de obras con- temporneas atravs de concursos de criaao. No entanto, a rede de museus demasiado fraca, se considerarmos toda essa riqueza. Museu Nacional dos Camaroes: entrada principal. Achille Komguem I Estao abertos apenas 15 museus e alguns nio merecem essa designaao. Os museus priva- dos representam mais de metade dessas ins- tituioes em actividade. > Letargia Apesar das resoluoes tomadas, existe uma certa letargia na gestao dos museus pblicos. Por esse motivo, encontramos ai alguns proble- mas. Alm da falta de espao e de equipamen- to necessrios para exposiao permanent, os meios financeiros sao demasiado limitados para o bom funcionamento dos museus: o equi- pamento de control do clima, os servios edu- cativos e misses de recolha e transport das obras pelo pais e a montagem das bibliotecas especializadas em museologia e cincias auxi- liares. As obras ficam, assim, expostas a diver- sos factors de degradaao. Temos tambm, e sobretudo, dificuldade em recrutar pessoal qualificado. A isto se devem os enormes atrasos observados em matria de conservaao e res- tauraao. Alias, todas estas lacunas colocaram o proble- ma da prpria pertinncia da criaao de tais ins- tituies em Africa a nivel geral. Felizmente, o equivoco foi retirado aquando de um encontro organizado pela ICOM, no Gana, em 1991 (Que museus para Africa? Patrimnio de futu- ro), que teve como efeito a melhoria da situaao dos museus africanos. Actualmente, os organis- mos intemacionais tomam medidas para ajudar esses pauses a enfrentar verdadeiramente estes desafios. Espera-se que os especialistas da cul- tura dos Camaroes que participam nestes semi- nnrios possam concretizar as suas sugestes para ultrapassar as dificuldades ligadas con- servaao das colecoes e garantir uma melhor valorizaao do patrimnio cultural camarons junto do pblico. * Historiadora de Arte. Professora na Universidade de Yaound I, Camares 1- Actas dos Estados gerais da cultural, laund, Palacio dos Congressos, Ministrio da Informaao e da Cultura, 23-26 de Agosto de 1991, p. 54, 55. 2 -Boletim ZAMANI, 1993, n5/6, p. 8. a C*RREIO