17 J0o Maria de Sousa e Almeida tinha alcanqado em Benguella urea posico official e social de primeira ordem, e attenta a impontancia das suas propriedades e superior movimento commercial, parece que niio deveria pensar em qualquer outra colonia. Mas nao succedia assim. N5o esquecia a miIsera f, a que tinham chegado as ilhas de S. Thomd c Principe, terra da sua naturalidade, e so pensava em ali voltar e concorrer, por todos os modos ao seu alcance, para Ihes melhorar as condicoes e lancar as bases do seu progresso e do bem-estar da populacio. Desejava, no entretanto, visitar LisLoa, o Brazil e • as principaes cidades da Europa. Queria v6r, queria instruir-se e queria, sobretudo, ter perfeito conhecimento dos processos de cultura que se adoptavam no Brazil, cue tanta fama e tanto brilho haviam alcancado. Era vasto o plano, por certo, mas este benemerito cidad~o, dotado de grande energia e inquebrantavel forca de vontade, queria augmentar os seus conhecimentos sobre o commercio e sobre as melhores culturas a emprehender antes de voltar 6s suas dilectas ilhas. III Voltou de Benguella A ilha do Principe, na sua passagem para Lisboa, e ahi se demorou algum tempo pelos annos i843 a 1844. Chegou a Lisboa em 1845, e poude reconhecer pessoalmente que os seus servicos em Benguella cram tidos em muita consideracgo. Negociante matriculado na praqa de Lisboa, sempre bern conceltuado, JoSio Maria de Sousa e Almeida era estimado por quantos com elle se relacionavam, e bem sabiam que era descendente de uma familia nobre, oriunda da Bahia, no Brazil ", e cujos servitos ao Estado, nos tempos de D. Maria II e dos Senhores Reys seus antecessores, foram muito importantes)) 3. 1 As ilhas de S. Thom6 e Principe chegaram A major miseria e assim se conservaram por largos annos sem poder sair do marasmo em que haviam cahido (Lopes de Lima, pag. 62, 1844). 2 Carta de Braztio d'Armas, de io de julho de 1845. 3 Sdo palavras textuacs da respectiva carta de Brazfo d'Armas.